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Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

Players do mercado imobiliário ajustam estratégias em função das oportunidades!

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Conhecidos e analisados os resultados operacionais do 1º semestre dos principais “players” do mercado imobiliário residencial em Portugal, importará realçar a crescente profissionalização e especialização do negócio imobiliário seguindo as tendências da distribuição moderna.
A par das “charcutarias gourmet” e “minimercados” locais, às 3 grandes redes internacionais de “hipermercados” presentes em Portugal veio juntar-se uma outra também de origem norte – americana. De acordo com os resultados divulgados, os 3 principais “players” do mercado residencial cresceram em volume de negócios e de transacções. Ainda segundo esses operadores o crescimento da sua faturação no primeiro semestre de 2015 foi de 20 a 38% relativamente ao período homólogo anterior, mantendo expectativas altas quanto aos resultados do 2º semestre.

São dados positivos que vieram consolidar a perspectiva de uma dinâmica de recuperação do mercado imobiliário em Portugal. Esta evolução foi fortemente impulsionada pela procura externa, compradores estrangeiros atraídos por mecanismos fiscais mais favoráveis como os “Golden Visa” e o estatuto de residente não habitual. Compradores de imóveis em localizações “prime” com bom potencial de rendimento e ainda imóveis isolados ou edifícios para reabilitar com fins residenciais e turísticos. Algarve, Parque das Nações (Lisboa), zonas históricas de Lisboa e Porto e o eixo Estoril- Cascais têm suscitado o maior interesse dos investidores. Este aumento da procura externa beneficiou dos incentivos fiscais mas também do “boom” da demanda turística que vem batendo records de receitas geradas e número de dormidas.

De acordo com estimativas governamentais espera-se que Portugal receba mais de 17 milhões de turistas até ao final deste ano. Esta demanda atraída por conveniência, segurança pública, atracções históricas e culturais e outros benefícios, tem percepcionando mais valor a um custo mais competitivo em relação a outros destinos turísticos. Nos segmentos de mercado com maior poder aquisitivo, particularmente no Algarve, o golfe vem atraindo mais praticantes oriundos principalmente do Reino Unido, Irlanda, Suécia, Alemanha e Holanda. Segundo a ATA (Associação de Turismo do Algarve), o número de “voltas de golfe” teve um crescimento de 6,1 % no primeiro semestre. Também no imobiliário comercial estima-se que o investimento em 2015 possa atingir 1,6 mil milhões de euros sendo que 85% será estrangeiro impulsionado por aumento da actividade do comércio de rua, hotelaria e restauração.

No turismo e no imobiliário, Portugal vive bons momentos tendo-se tornado um destino atractivo para visitar e viver. Deveria aproveitar este fluxo de investimentos para prosseguir a recuperação do património edificado e dos centros históricos das cidades.

E a procura interna? Com a reabertura do financiamento bancário à aquisição de casa própria, um mercado de arrendamento desfasado das necessidades da procura e a retoma do crescimento económico, a procura interna segue um caminho de lenta recuperação. É positivo que a banca retome a sua atividade de crédito às famílias e em particular de crédito habitacional. Mas não se pode voltar aos tempos de forçar o financiamento para que se comprem imóveis como única opção para satisfazer necessidades habitacionais. Ao contrário do que recentemente li num jornal de referência, o mercado de arrendamento não pode deixar de ser uma opção. Apesar das alterações legais e dos discursos de circunstância, o mercado de arrendamento nunca beneficiou das condições fiscais entre outras, necessárias para se tornar uma alternativa à compra de casa. Resultado; rendas altas e oferta escassa. Também o mito de que o arrendamento é coisa para os europeus do Norte e Centro da Europa, não colhe. Hoje em toda a Europa as escolhas são mais racionais e a mobilidade é uma condição para prosseguir uma carreira profissional e académica ou mesmo para conseguir um primeiro emprego. Em podendo, as opções habitacionais são tomadas em função do seu custo – benefício.

Os player´s do mercado imobiliário em Portugal, souberam reinventar-se de acordo com as novas oportunidades e os resultados operacionais obtidos revelaram essa capacidade. A expectativa de um regresso ao passado sendo uma missão impossível, a acontecer seria um retrocesso no caminho da reabilitação do património edificado e dos centros urbanos.

Por último mais uma boa notícia. Foi formalmente constituída a União de bancos e seguradoras da CPLP que contou com a participação de entidades bancárias de vários Países de língua oficial portuguesa. A harmonização da atividade bancária no espaço lusófono, a constituição de um Banco de desenvolvimento como forma complementar de financiamento da banca às economias dos países membros e maior facilidade de acesso das entidades bancárias subscritoras a fundos internacionais são os principais objectivos desta nova entidade.
Comentário
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Data: 19/4/2024
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