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Francisco Grácio, Administrador da PortugalRur

A nova flórida da europa e o imobiliário

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É conhecido o interesse de reformados franceses por Portugal (16.500 inscritos no registo consular, ainda que o número estimado seja de aproximadamente 30 mil), mas muitos outros povos europeus se estão cá a fixar, o que lança diversos desafios ao mercado imobiliário.
O pós segunda guerra mundial trouxe à Europa um vasto conjunto de melhorias à sociedade, como emprego, emancipação e afirmação da mulher no mercado de trabalho, saúde, qualidade de vida, garantias sociais até então inexistentes, e outros fatores que proporcionaram ao mundo ocidental, em geral, um elevado avanço civilizacional.

Hoje temos, é certo, uma Europa com índices preocupantes de envelhecimento, estimando-se, por exemplo, que em 2025, mais de 20 % dos europeus terão mais de 65 anos. Países como França, Alemanha, Itália, Dinamarca, Espanha, Portugal e muitos outros, têm mais idosos do que jovens por cada cem habitantes.

Mas, o que têm estes elementos demográficos e estatísticos, relativos à renovação geracional lenta (ou até regressiva) que atravessa a Europa, a ver com o imobiliário? A resposta é: tudo.

A atual população europeia não ativa tem níveis de escolaridade, sócio-económicos, de qualidade de vida, saúde e interesse e facilidades em viajar como nenhuma anterior teve, o que facilita a sua deslocalização para paragens, como Portugal, onde o clima temperado, a segurança, o custo de vida, infraestruturas, o aceso à história e cultura são altamente atrativos e valorizados por essa população.

Estes fatores tornam o nosso país como o melhor sítio do mundo para passar a reforma, como foi recentemente considerado pelo reputado site ‘Live and Invest Overseas’, na sua lista ‘The World's Best Places to Retire in 2017’. Algarve lidera e Lisboa aparece em sétimo lugar.

É conhecido o interesse de reformados franceses por Portugal (16.500 inscritos no registo consular, ainda que o número estimado seja de aproximadamente 30 mil), mas muitos outros povos europeus se estão cá a fixar, o que lança diversos desafios ao mercado imobiliário. Desde logo, na oferta residencial. Pela quantidade da demanda, mas também pela diversificação geográfica. Quem se fixa no nosso país tem interesse por outras regiões que não apenas Lisboa, onde, aliás, a oferta imobiliária é já insuficiente. Alentejo, beiras e norte têm também de alavancar a sua capacidade para conseguirem oferecer o que a procura exige em termos de localização urbana e rural.

Mas, o tema imobiliário, decorrente da entrada destes novos imigrantes, não se esgota aqui. A oferta de residências seniores, de grande capacidade, com uma oferta de serviços integrados premium, são também outro desafio que o mercado imobiliário tem pela frente e ao qual terá de responder.

Como vemos, o envelhecimento da população europeia tem muito mais a ver com imobiliário do que uma visão superficial poderia deixar parecer.
Quando se diz, como lugar comum, que Portugal poderá tornar-se a Flórida da Europa, basta estudar as transformações e adaptações deste estado americano a esse seu posicionamento estratégico.
Comentário
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Data: 19/4/2024
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