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Imobiliário atrai 26 mil investidores num ano

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Ausência de alternativas leva investidores para produtos que apostam no mercado imobiliário
Há cada vez mais portugueses a tentar lucrar com o boom no imobiliário. E os fundos de investimento que apostam no setor têm tido uma procura forte por parte dos investidores. No prazo de um ano, o número de participantes em fundos de investimento imobiliário atraiu mais de 26 mil investidores.

Os preços no imobiliário têm aumentado de forma acelerada na habitação e também no segmento comercial tem existido uma recuperação. Isto numa fase em que a maior parte das aplicações financeiras rendem quase 0%.

"O que explica o interesse por estas soluções de poupança é relativamente simples: rentabilidade", explica Pedro Coelho, administrador da Square, gestora responsável pelo CA Património Crescente, o maior fundo português do setor, com uma carteira avaliada em 565 milhões de euros.

Ganhos de quase 4%

O responsável da Square considera que "depois de os fundos de investimento imobiliário terem atravessado uma primeira metade da década em que se contavam pelos dedos de uma mão aqueles que tinham rentabilidades positivas, neste momento, a grande maioria está outra vez com rentabilidades atrativas, principalmente considerando o cenário atual de taxas de juro a 0% e a volatilidade no mercado de ações".

A recuperação no preço do imobiliário tem permitido ganhos neste tipo de produtos. Os fundos abertos de rendimento levam uma rendibilidade média de 3,94% nos últimos 12 meses, segundo os dados mais recentes da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) relativos a maio.

Já na categoria de fundos abertos de acumulação, a rendibilidade média é de 2,49%. Apesar dessa recuperação, no acumulado dos últimos três anos, o retorno é praticamente nulo.

A recuperação recente ajuda a explicar o interesse dos investidores por estes produtos. A subida dos últimos 12 meses levou o número de participantes dos fundos imobiliários a aumentar. No final de março, os dados mais recentes disponibilizados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários apontavam para 87 500 participantes, o valor mais alto desde final de 2012.

Pedro Coelho prevê que o número continue a crescer. "Não faltará muito para se passar outra vez a barreira dos cem mil investidores", estima.

Sobrevalorização? "Há muitos preços"

A subida dos preços do imobiliário, principalmente no segmento residencial, tem levado a receios de que se esteja a formar uma bolha. O Banco de Portugal rejeitou esse cenário. Mas, ainda assim, salientou neste mês que "o crescimento dos preços no segmento imobiliário residencial tem sido particularmente forte". O supervisor especificou que "na segunda metade de 2017 começaram a surgir alguns sinais, embora muito limitados, de sobrevalorização dos preços neste segmento".

No entanto, Pedro Coelho defende que "existem muitos preços do imobiliário". Diz que "no caso concreto, os alertas do Banco de Portugal dizem respeito, essencialmente, aos preços da habitação, com reflexo também nas carteiras de crédito dos bancos e na taxa de endividamento das famílias". O responsável da entidade que gere centenas de milhões em património imobiliário admite que "pode sempre existir correções no mercado".

No entanto, observa que os sinais existentes apontam para "algum arrefecimento da procura e um travão na subida dos preços nos centros de Lisboa e Porto, havendo, em contrapartida, uma continuada subida dos preços na periferia, onde anteriormente os valores não tinham subido tanto". Pedro Coelho defende ainda que "no mercado comercial os preços não tiveram a subida que se verificou no habitacional".
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Data: 19/4/2024
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