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Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

É na capacidade para reagir às conjunturas desfavoráveis que se constroem os novos caminhos!

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Vivemos hoje no Brasil um cenário macroeconómico desfavorável e um persistente pessimismo empresarial. A recuperação económica deverá ser lenta, nunca antes de 2017, e grandes construtoras e empreiteiras terão um difícil caminho a percorrer.
Também sabemos que a crise deste sector, responsável por 6,5% do PIB e por mais de 3 milhões de empregos directos tem um elevado potencial de agravamento da situação económica brasileira. As maiores incorporadoras nacionais detêm “estoques” de imóveis comerciais e residenciais superiores a 2 anos.
Até final de 2016 vai ser essencial cuidar da tesouraria pois só assim irão conseguir assegurar a sobrevivência do seu negócio.
A prioridade das grandes construtoras será escoar os imóveis em carteira e receber o dinheiro que for possível. A exemplo do que fez a banca em Portugal para escoar o estoque de imóveis provenientes da inadimplência, em regiões com excesso de oferta estão a praticar-se elevados descontos no preço dos imóveis.

Quanto às obras públicas, operação “Lava Jato” que vem criminalizando transversalmente o segmento das grandes empreiteiras, cortes no Investimento Estatal decorrentes da política de ajuste fiscal e crise financeira no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), pelo que o cenário não é diferente.

Segundo estimativas do sector, cada 1 milhão de reais que deixa de ser investido no “canteiro de obra” significa um corte real de 1,6 milhões de reais e uma perda de 56 postos de trabalho. Seguramente pelo menos por mais 2 anos, grandes construtoras e empreiteiras deverão pensar suas estratégias em função desta conjuntura desfavorável.

A velocidade de recuperação do sector da construção e obras públicas irá depender em muito do desfecho da operação “lava Jato” e da recuperação da economia. Recentemente o governo anunciou uma nova agenda de concessões tendo em vista investimentos em infra - estrutura. Ajudaria em muito se esses pacotes de concessões fossem “fatiados” permitindo que construtoras de menor dimensão e estrangeiras pudessem concorrer a esses concursos.

Mas como reagir a este cenário desfavorável?
Não conhecemos outro caminho; com honestidade, maior dedicação ao trabalho, inovando e buscando fazer melhor. Aqui no Ceará como certamente acontecerá em outros Estados brasileiros, vimos testemunhando a demanda de empresários nacionais e estrangeiros por oportunidades de negócio.

Energias renováveis, construção residencial para segmentos de mercado específicos, loteamentos residenciais, turismo e hotelaria são as áreas de negócio com maior potencial de captação de investimento. Também a forte possibilidade de ser construído um “hub”,centro logístico e conexão de voos, da companhia área TAM em um de 3 Estados do nordeste vem despertando uma grande expectativa.

Recife, Fortaleza e Natal concorrem por um investimento estimado entre 1 e 1,5 bilhões de dólares. O objectivo da TAM é a ampliação da sua oferta de voos entre a América do Sul e a Europa e atrair um maior fluxo de estrangeiros. A concretizar-se, este investimento irá contribuir para que o nordeste brasileiro se torne um pólo turístico ainda mais relevante. E é próximo de Natal num lugar paradisíaco que tenho o privilégio de conhecer que no próximo ano irá iniciar-se a construção da oitava unidade hoteleira com bandeira “Vila Galé” no Brasil.

Um investimento de 100 milhões de reais num resort com 350 metros de frente – mar na cidade de Touros. Falamos de oportunidades concretas em diferentes áreas de negócio. Quanto ao mercado imobiliário residencial, os brasileiros não deixaram de procurar casa e os bancos não deixaram de conceder crédito.

Continuam a existir segmentos da população detentores de poupança para ser aplicada na compra de imóveis e lotes de terreno e com capacidade de recorrer ao crédito bancário apesar da aplicação de critérios de análise de risco mais selectivos. Mas se os bancos se tornaram mais exigentes, os clientes também. E aí surgem oportunidades suportadas na prestação de serviços imobiliários que agreguem valor.

Os profissionais imobiliários precisam de desenvolver mais competências e aí surgem outras oportunidades; nas Tecnologias de Informação, na capacitação e treinamento, na Comunicação e Marketing, na expansão e desenvolvimento de redes de networking corporativo. À semelhança do que aconteceu em Portugal é na capacidade de reagir às adversidades que se vão construir os novos caminhos da construção e do imobiliário no Brasil. Apesar do crescimento da procura de brasileiros pelo destino Portugal, a Florida continua a liderar as preferências.

Segundo os operadores que vêm conduzindo essas operações imobiliárias, trata-se de um cliente que não pretende comprar um imóvel apenas para investimento ou para utilizar nas férias. São famílias que pretendem obter um “green card” e mudar-se em definitivo para esse Estado no sudeste dos EUA. Para isso também contribuiu em muito a experimentação turística que começou na adolescência com as viagens de férias escolares ao Walt Disney World e outros destinos de lazer.

Portugal vive um momento de recuperação dos seus mercados turístico e imobiliário, competindo à escala global pela captação de turistas e compradores de imóveis. Tem oferta hoteleira,” hostels” e alojamento local para satisfazer uma crescente procura, tem imóveis para satisfazer diferentes segmentos de mercado a preços competitivos, tem de continuar apostar na qualidade dos serviços de hotelaria, restauração e animação turística e na inovação com a criação de novos nichos e produtos turísticos.

Portugal não tem potenciais turistas e compradores de imóveis à partida dispensáveis. É por isso incompreensível e lamentável que o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) tenha suspendido a atribuição de “vistos gold” depois de um período antecedente em que foi diminuindo o número de vistos concedidos. É o retrocesso de um caminho iniciado e com bons resultados.
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Date: 19/4/2024
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