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Despedidos da Banca viram-se para o imobiliário a recibos verdes

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O número de funcionários no imobiliário mais do que duplicou desde 2012 e a maioria provém do setor financeiro, sobretudo dos bancos. Estão a recibos verdes num negócio que dá sinais de desaceleração.
O número de funcionários no imobiliário mais do que duplicou desde 2012 e a maioria provém do setor financeiro, sobretudo dos bancos. Estão a recibos verdes num negócio que dá sinais de desaceleração.

A confirmarem-se os alertas do Banco de Portugal, o contágio pode atingir toda a economia nacional.

Não há dados oficiais sobre o número de trabalhadores - a maioria a recibos verdes e outros em part-time - mas as duas principais associações do setor avisam que o mercado não dá para todos e pode já ter gente a mais.

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) estima que existam cerca de 40 mil profissionais na área e que tenham duplicado. Já a Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) faz as contas ao número de empresas de mediação, que passou de 2738 para 6901 de dezembro de 2012 para dezembro de 2019. Multiplicado por cinco - o número médio de funcionários por empresa, segundo a ASMIP - significa que o setor passou de 15 mil profissionais para 35 mil, em apenas sete anos.

"Toda a gente veio trabalhar para o imobiliário", constata Luís Lima, presidente da APEMIP, que assegura que este foi "o grande recetor dos despedidos do setor financeiro" - que perdeu milhares de trabalhadores nos últimos anos. Francisco Bacelar, presidente da ASMIP, corrobora: "Temos visto muita gente que trabalha na área bancária. Têm mudado na expectativa de trabalhar menos".

Na verdade, ou trabalham mais ou não sobrevivem, pois, embora haja quem ganhe mais no imobiliário do que na Banca, "é quase tudo empresário em nome individual", atesta Luís Lima.

Estão a recibos verdes, descontam cerca de metade do salário em impostos e só ganham se venderem casas. Isto sem horário fixo, fins de semana, subsídio de férias ou Natal. "Está na moda, mas as pessoas começam a ganhar consciência que não é o Totoloto", acrescenta Luís Lima. Um setor volátil onde "em cada dez que entram, há dois ou três que ficam", completa Francisco Bacelar.

Faltam imóveis

Depois, todos os sinais apontam para uma "interrupção brusca do mercado imobiliário". As palavras são do Banco de Portugal, que diz que o país assiste a uma "sobrevalorização no mercado imobiliário residencial", que continua muito dependente do investimento de não residentes, lê-se no relatório de Estabilidade Financeira, divulgado recentemente.

Em 2018 as transações de imóveis atingiram o máximo da década, mas ficaram aquém das previsões da APEMIP. A explicação está na "falta de stock e nos preços elevados", justifica Luís Lima. Faltam casas e as que há são caras, o que ajuda a explicar o "assédio" que muitos portugueses sentem nas caixas do correio. As associações avisam que é preciso construir mais casas e diminuir o fluxo de trabalhadores que entram, pois "não chega para todos". E o presidente da APEMIP avisa: os efeitos da retração "vão afetar toda a economia".
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Date: 20/4/2024
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