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“Ainda não há uma bolha, mas Lisboa e Porto têm zonas com preços caros”

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O líder da sociedade gestora de fundos imobiliários, João Brion Sanches, em entrevista ao Jornal Económico, avisa para o facto de certas zonas habitacionais de Lisboa e Porto estarem “fora do alcance do português médio”.
Prestes a celebrar 20 anos de existência no próximo dia 20 de junho, a sociedade gestora de fundos imobiliário Norfin, conta na sua carteira com 42% do mercado residencial português e 30% na área dos escritórios. O grupo foi comprado pela Arrow Global em 2018 e eleito durante anos consecutivos (até 2017) como a melhor gestora imobiliária nacional.

Em entrevista ao Jornal Económico, o CEO do grupo João Brion Sanches, explica as razões da venda à empresa sediada no Reino Unido e aborda o atual momento do macado imobiliário em Portugal.

Porquê só 2% de investimento no mercado retalhista?

Temos uma grande componente de habitação, o que é raro nas sociedades gestoras de investimento imobiliário e que tem a ver com uma parte da nossa história. Aprovámos um fundo para fazer só retalho em 2000, mas nessa altura já os centros comerciais estavam nas mãos de três grandes grupos: Sonae, Alves Ribeiro e Multidevelopment (que hoje é gerido por um fundo soberano chinês). Após falarmos com estas empresas percebemos que elas já falavam com todos os investidores internacionais, e nós não iríamos acrescentar valor.

Ou seja, já tinham industrializado a atividade.

Exatamente. Estava muito bem gerida por três fortes operadores e com uma grande capacidade de angariação de capital e vimos que era uma área onde não tinhamos uma grande margem de manobra. Voltámos a pensar na ideia mais tarde, mas caímos sempre numa de duas situações: ou momentos de crise em que não se conseguia levantar capital para fazer investimentos em Portugal, ou momentos de euforia onde os centros comerciais eram objetos óbvios de análise por parte de investidores internacionais.

Que leitura faz do atual momento do mercado imobiliário? Há ‘bolha’?

O imobiliário é um mundo e os investidores institucionais do imobiliário dividem esse mundo em dois mundos: o comercial e residencial. No mercado de habitação temos Lisboa, que é o mercado onde provavelmente há zonas que já estão caras. O Porto, que começa a ser um mercado, tem algumas zonas que estão a começar a ficar caras. O Algarve é um mercado diferente, virado para a segunda habitação, com sazonalidade.

Dentro de Lisboa ainda existem oportunidades de promoção imobiliária residencial para os portugueses, que infelizmente não tem a ver com zonas como a Baixa, o Chiado ou o Príncipe Real, onde a bolsa do português médio já não chega. No imobiliário de escritórios há uma grande procura em Lisboa, mas neste momento há pouca oferta.

Em termos gerais, no comercial real estate não há ‘bolha’. Em termos de segmentos do mercado habitacional de Lisboa e Porto, há certas localizações caras – não lhes chamaria ‘bolhas’ -, onde os preços estão fora do alcance carteira do português médio, sem dúvida nenhuma.

Isso é um problema porque o mercado deixou de ser para o português e passou para o internacional.
Isso é o que se passa nas principais grandes cidades. Os portugueses vão descobrindo novas fronteiras e adaptando-se.

Entrando no tema das avaliações. Os bancos fizeram um ajuste de mais nove euros. Estamos novamente numa escalada altista para depois termos valores que podem ser arriscados?
Temos projetos em que somos o promotor a vender o apartamento, mas desligamo-nos completamente do financiamento. A sensação que tenho é que os bancos estão outra vez a fazer créditos.

Que projetos tem a Norfin para o futuro?

No ano passado vendemos a Norfin ao grupo Arrow Global. A nossa preocupação foi logo perguntar-lhes o que pretendiam fazer com a Norfin. Explicaram-nos que tinham em Portugal a WhiteStar, que é líder na compra de dívida de crédito malparado. Dentro da dívida aparece cada vez mais o setor imobiliário. Disseram-nos que tinham de perceber como funciona este mercado e por isso vieram ter com a Norfin. Em cima disto surge um preço que faz sentido e uma sucessão que passa por me manter aqui durante dois anos (já lá vão seis meses). Mas as coisas evoluíram e então decidimos vender.
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Fecha: 19/4/2024
Fecha: Diaria
Ediciones: Gratis
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