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Aeroporto do Montijo: Entre aplausos e críticas

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A construção do novo aeroporto no Montijo foi recebido com aplausos pelo setor da contrução e imobiliário mas para o presidente da Câmara do Seixal, é uma decisão infeliz e prejudicial para a região.
A concretização da assinatura do acordo de financiamento do novo aeroporto do Montijo, entre a ANA – Aeroportos de Portugal e o Estado, que deverá estar pronto em 2020 para o uso civil, trouxe a público várias reações. O anúncio da ANA em investir mais de 1700 milhões de euros na expansão do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e na construção do novo no Montijo, foi aclamada e criticada por diversos setores.

Mesmo sem ainda ser revelado o resultado do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pela ANA, da zona onde a infraestrutura aeroportuária se vai instalar que poderá colocar em causa a construção, a realidade é que a decisão de um novo aeroporto para a Grande Lisboa, já está tomada. Das áreas do turismo e do imobiliário, o aplauso é unânime mas para as autarquias envolventes, a resposta é negativa.

Uma das vozes críticas parte do presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, onde considera que o principal impacto no concelho será negativo, afetando a qualidade ambiental e de vida de parte importante da população do concelho do Seixal. “A proximidade de numerosos aglomerados populacionais, ao cone de aproximação ao novo aeroporto, coloca-nos muitas preocupações, não só pelo ruído e trepidação face às baixas altitudes dos aviões, mas também de poluição e segurança”, admite. O autarca indica que o município do Seixal tem defendido a construção deste aeroporto onde tinha sido estudado e que até já tem todos os estudos e licenciamentos ambientais necessários, designadamente no Campo de Tiro de Alcochete. “Consideramos inaceitável que as decisões sobre um projeto desta importância e de grande impacto sobre a Região e populações tivessem sido preparadas sem o envolvimento e auscultação dos Municípios e das populações”.

Para Joaquim Santos, as razões desta contestação centram-se em várias dimensões, de rentabilidade económica e social, técnica e de segurança, ambiental e de impactos graves sobre as populações. “A primeira porque é uma solução sem futuro, extremamente onerosa para o nosso país, mais 1.500 milhões de euros em custos diretos e indiretos para uma opção que daqui por alguns anos estará esgotada, quando a 1ª fase do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete tem um custo estimado de 800 milhões de euros, ou seja, metade do que se prevê para a opção Montijo”.

Quanto ao impacto no mercado imobiliário, “poder-se-á estar perante um aumento dos preços do imobiliário na área de influência deste aeroporto, mas é um cenário que em nada vem beneficiar as populações, visto terem custos acrescidos com as suas habitações, seja por via de atualização em alta do imposto municipal sobre imóveis, quer dos preços das novas habitações”, garante.

Contrário a esta opinião, Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário – CPCI, considera esta obra da maior importância para o setor e os avanços no sentido da sua concretização “são objetivamente uma boa notícia para o nosso tecido empresarial”. Reis Campos admite que não se trata apenas da construção de um equipamento aeroportuário que se espera receber, no primeiro ano de atividade, sete milhões de passageiros. Há todo um conjunto de investimentos na melhoria das acessibilidades, pelo que é evidente o impacto positivo em todo aquele território. “Por outro lado, o Governo estima que serão criados 10 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos, pelo que se espera um forte impacto ao nível da economia e da qualidade de vida nestes municípios. Recordo, ainda, que se trata de uma obra com grande mobilização de meios do setor da construção e do imobiliário, que irá certamente imprimir uma nova dinâmica em toda esta região”, salienta.

Projetos suspensos vão agora avançar

Também Hugo Santos Ferreira, vice-presidente da APPII – Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários, a notícia do novo aeroporto e da expansão do atual aeroporto de Lisboa “foi um importante passo que se deu finalmente e que certamente muito contribuirá para a consolidação de Portugal como um destino de turismo e investimento imobiliário”.

O responsável recorda que mais de 20% do investimento em imobiliário residencial e 80% do investimento em ativos comerciais é feito por estrangeiros, sendo portanto crucial facilitar o acesso destes investidores ao território nacional, sendo ainda muito importante para os promotores locais de ativos e terrenos imobiliários localizados nas periferias do novo aeroporto, “que veem agora assim criadas as condições para avançar com alguns dos muitos projetos imobiliários de envergadura considerável e muitos deles destinados a habitação para a classe média portuguesa e mesmo estrangeira que tinham ficado parados ou suspensos durante a crise e que ainda não tinham visto, mesmo passados mais de quatro anos desde o fim da mesma, serem criadas as condições mínimas para avançar”.

João Faria, presidente da AICE – Associação dos Industriais da Construção de Edifícios, considera também que esta obra passa por ser um factor determinante no dinamismo do setor da construção, “a edificação deste equipamento que é tão necessário é um motivo de satisfação para o setor e para as nossas empresas”.

O responsável reconhece que o facto de o governo se decidir a avançar com alguns investimentos públicos, poderá ser motivador, criador de expetativas de que finalmente se verá algum dinamismo nas obras públicas, “permitindo a estabilização e crescimento das empresas, assim como uma melhoria da qualidade dos serviços e equipamentos, criando condições para um crescimento da economia nacional, embora não nos possamos esquecer da elevada carga fiscal infligida às nossas empresas que teima em não ser tida em conta”.

E se para a construção e imobiliário esta obra é relevante, também para o setor do turismo a opinião é positiva. Eduardo Abreu, sócio-gerente e consultor da neoturis, revela que o aumento da qualidade e capacidade aeroportuária da região de Lisboa é fundamental para o turismo. “A região e o país estão hoje a perder oportunidades de novas frequências e conexões estruturantes para o desenvolvimento do setor, não só na região de Lisboa, mas em todas as regiões portuguesas. É também importante para investidores nacionais e internacionais que observavam com muita preocupação a limitação do atual aeroporto no processo de decisão de novos investimentos”, assegura.

Montijo alarga atratividade do Alentejo

O especialista lembra ainda que no mercado imobiliário turístico, a opção Montijo pode contribuir claramente para o aumento da atratividade da zona mas também do Litoral do Alentejo que fica assim a menor distância de um aeroporto e “a zona do Litoral do Alentejo é a que neste momento mais atrai investidores internacionais para projetos de qualidade de média e grande dimensão”.

Reis Campos lembra ainda que o setor da construção e do imobiliário ganhará otimismo e confiança se, em primeiro lugar, o País começar a planear, calendarizar e cumprir eficazmente os seus projetos de investimento.

Mesmo com todas as opiniões apresentadas, o autarca do Seixal, reitera que “a nossa principal oposição tem a ver com os impactos negativos sobre as populações residentes e com a limitação temporal desta solução, que estará esgotada em poucos anos”, conclui Joaquim Santos.
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Fecha: 19/4/2024
Fecha: Diaria
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