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Francisco Grácio, Administrador da PortugalRur

Até quando o rumo crescente?

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Números positivos, agradam sempre. Mostram que o mercado está a funcionar, que Portugal é um destino de eleição para muitos estrangeiros, e que os tempos da recessão já ficaram para trás. Todavia, como em quase tudo o que a vida tem de melhor, há sempre um ‘mas’.
Desde 2015 que os indicadores do mercado imobiliário têm apenas um sentido: o ascendente. Em 2016 transacionaram-se mais imóveis do que em 2015, 2017 impressionou e, ao que tudo indica, segundo dados da APEMIP, 2018 prepara-se para chegar ao fim com mais de 170 mil imóveis a mudarem de proprietário.

Números positivos, agradam sempre. Mostram que o mercado está a funcionar, que Portugal é um destino de eleição para muitos estrangeiros, e que os tempos da recessão já ficaram para trás. Todavia, como em quase tudo o que a vida tem de melhor, há sempre um ‘mas’.

E, onde está esse ‘mas’ no mercado imobiliário em Portugal? Não será segredo, para os mais atentos, as advertências tornadas públicas em relação à excessiva valorização de imóveis, por parte de entidades como o Banco de Portugal (BdP), Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e, mais recentemente, também, o Fundo Monetário Internacional (FMI) veio dar uma achega a este tema.

Haverão reais razões de preocupação? É algo que apenas esteja localizado em pequenas zonas mais urbanas? Em minha opinião, é, no mínimo, razão para séria reflexão de todos os atores do mercado imobiliário em Portugal.

O BdP começou por dizer que estão a haver sinais de sobrevalorização no imobiliário residencial, sobretudo devido ao investimento de estrangeiros, mais do que à concessão de crédito. Lança ainda o aviso de que a duração e a rapidez do crescimento do custo dos imóveis colocam em risco a estabilidade financeira do país. Palavras, em minha opinião, muito claras e que nos devem fazer pensar no caminho que o sector está a tomar.

No Relatório de Estabilidade Financeira é claro ao afirmar que “o crescimento dos preços no segmento imobiliário residencial tem sido particularmente forte (...) sobretudo a partir da segunda metade de 2017".

E acrescenta dados concretos: no parque residencial, em termos acumulados, entre o segundo trimestre de 2013 e o quarto trimestre de 2017, os preços da habitação em Portugal aumentaram 32% (valores nominais) e 27% (valores reais).

Depois do BdP deixar o aviso sobre os “sinais de sobrevalorização” nos preços das casas em algumas zonas do país, foi a vez também da CMVM lançar o alerta sobre a "sustentabilidade" do sector imobiliário em Portugal. O regulador do mercado de capitais compara o nosso país com a Zona Euro e a OCDE e diz que esta evolução supera a tendência nessas outras paragens.

Sinais de alarme que não ficam por aqui. São complementados por uma terceira entidade de âmbito mundial, bem conhecida de todos nós, o FMI. Afirma que o mercado imobiliário em Portugal é, atualmente, um perigo para o sistema financeiro e, consequentemente, para as economia nacional e europeia. O aviso é dado no mais recente relatório sobre a Zona Euro, mas não é o primeiro. Já em fevereiro o FMI dizia estar atento à evolução dos preços das casas em Portugal.

Não querendo ser um profeta da desgraça ou confundido com um velho do Restelo, o que pretendo deixar é uma pequena reflexão, baseada na leitura estatística de entidades imparciais, sobre um possível rumo que não queremos trilhar, o que nos conduziria a uma nova crise, de contornos que não podemos sequer imaginar
1 Comentario
Angel Ruiz
20:41, 22 agosto 2018
É muito bem vinda a precaução perante potenciais ciclos Especulação-Bolha-Crise, assim como as dificuldades colocadas às familias pela simples inflação. Espero no entanto que a percentagem de investimento estrangeiro seja principalmente para habitação propria ao contrario do final dos anos 1980, pura especulação e saqueio, sobretudo em Lisboa. Acho no entanto curioso, causando ceticismo o aviso vir de entidades tão "imparciais" (e "idoneas") quanto o BdP (casos BPA, BPN e BES/Salgado), a não muito incólume CMVM e inclusive o FMI que quiz impor, logo após o (previsivel) massacre de cristãos timorenses (1998), por incuria senão cumplicidade de certa classe politica "laicista" (anti-)portuguesa, tentou impor ao povo Timorense a supressão definitiva (Indonésia já se esforçara) do português (presente ha 500 anos), e implantação pelo mais "comercial" Inglês. Agradece-se a prudencia e aviso (agora a re-reputação dos agentes-fonte, hum).
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Fecha: 19/4/2024
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