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Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

É preciso que os resultados no Turismo e Imobiliário, contagiem outros sectores económicos!

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Mais do que uma análise crítica, importará concentrarmo-nos nos conceitos de “cluster´s” e “pólos de competitividade” e no seu importante papel no estímulo à inovação, parceria e desenvolvimento.
Remonta à década de 90 um estudo encomendado pelo governo português a Michael Porter, que avançou com um conjunto de recomendações sobre os “clusters” em que Portugal deveria apostar, para tornar a sua economia mais competitiva. Resumidamente Portugal deveria apostar nas áreas em que já possuía vantagens competitivas, os chamados sectores tradicionais.

Mais do que uma análise crítica, importará concentrarmo-nos nos conceitos de “cluster´s” e “pólos de competitividade” e no seu importante papel no estímulo à inovação, parceria e desenvolvimento. Importará concentrarmo-nos na importância destes conceitos, para a criação de novas “plataformas de competitividade”,” hub´s” que possam aproveitar esta “onda” positiva da marca Portugal, que se vem reflectindo nos excelentes resultados obtidos nos sectores turístico e imobiliário.

Simplificando poderíamos afirmar, que hoje o “mega-cluster” do turismo e imobiliário, representa uma quota significativa na geração de riqueza e emprego em Portugal. Significa que o crescimento e desenvolvimento destes sectores, deverá ser complementado com a articulação e cooperação entre estas áreas de negócio afins, orientadas de acordo com a procura e as necessidades do mercado global. Este “mega-cluster” de empresas interligadas, fornecedores e recursos humanos especializados, entidades públicas e associações empresariais que constituem uma cadeia de valor de concorrentes mas inevitavelmente cooperantes entre si.

A concretizar-se o “hub criativo” do Beato em Lisboa, é um bom exemplo dos novos caminhos a seguir, no que se refere à cooperação entre entidades públicas e privadas. São 20 edifícios públicos, 35.000 m2 de área, propriedade do Estado e concessionados à Câmara Municipal de Lisboa. A autarquia assegurará as infra - estruturas dos espaços comuns exteriores, rede de águas e esgotos, electricidade, wifi, arruamentos e por sua vez os promotores e entidades que se queiram instalar nesses espaços, asseguram as obras de reabilitação das fachadas e interiores dos edifícios. Até que esse investimento privado seja amortizado, o município não cobrará a cedência do espaço. Espera-se que este” hub criativo” possa oferecer rede wifi e de internet de superior qualidade, por forma a atraír “start up´s” e grandes empresas de referência internacional nas áreas de inovação e tecnologia. Um trajecto iniciado com a realização do “WebSummit” 2016 em Lisboa.

Caminhos de cooperação entre público e privado já trilhados no turismo e imobiliário e se espera possam contagiar outros sectores da actividade económica. Enquanto os mercados turístico e imobiliário prosseguem o seu ritmo de crescimento sustentado, os proveitos na hotelaria estão a crescer mais do que o número de dormidas e a venda de casas cresceu 30% no 1º semestre deste ano, é necessário prosseguir nos incentivos à captação de empreendedorismo e investimento. A retoma de projectos turísticos - imobiliários deixa antever um novo ciclo de desenvolvimento que abrange áreas do território fora de Lisboa e Porto, particularmente no Algarve e no litoral alentejano.

Por último a recente criação de uma secretaria de Estado da Habitação, desaparecida há 10 anos, é uma medida simbólica mas que se saúda. Num momento em que o mercado de arrendamento precisa ser reanimado com medidas fiscais efectivas que desagravem a dupla tributação sobre a propriedade e o rendimento obtido e o mercado de compra e venda nas principais cidades carece ser equilibrado com a entrada de mais oferta no mercado, por forma a aliviar a pressão do lado da procura que hoje se verifica.
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Data: 19/4/2024
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