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Jorge Garcia, Especialista em Imobiliário

Novos ventos continuam soprando de feição no mercado imobiliário brasileiro!

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Deste lado do oceano, o governo federal prossegue o lançamento de “pacotes” de estímulo à Economia, preocupado com perspetivas menos animadoras de crescimento económico.
Deste lado do oceano, o governo federal prossegue o lançamento de “pacotes” de estímulo à Economia, preocupado com perspetivas menos animadoras de crescimento económico.

Corte de 0,5 % (6% para 5,5%) na TJCP (Taxa de Juro de Longo Prazo) que serve de referência aos empréstimos concedidos às empresas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social) e o reforço do investimento público na aquisição de equipamentos de transporte em 8,4 bilhões de reais, são as principais medidas incluídas no “PAC Equipamentos”.

Entretanto no mercado imobiliário prosseguiu o ciclo de eventos “Corretor Global”, com a IV Edição a ser realizada no Estado de Santa Catarina em Florianópolis. Oportunidade para rever bons amigos dos dois lados do Atlântico. João Teodoro, presidente do COFECI, Carlos Breims, presidente do CRECI – SC, Jorge Figueredo, Wilder Bakerdjian e Vítor Patacas foram alguns dos oradores.

A reafirmação das apostas na utilização das mais recentes tecnologias de informação e na formação profissional dos corretores imobiliários foram denominador comum a todas as intervenções, numa contextualização de mercado globalizado, cada vez mais profissionalizado e exigente. A “exclusividade” na captação, a importância crescente das redes sociais na profissão imobiliária, o exame de “proficiência” para o exercício da atividade de corretagem imobiliária e as “Multi Listings Services”, foram outros temas abordados neste evento.

Ainda uma confirmação; o início das operações da Coldwell Banker Brasil, com lançamento oficial programado para os últimos dias deste mês, em S. Paulo e no Rio de Janeiro. Esta centenária marca fundada em 1906 e de origem norte-americana é propriedade da Realogy Corporation, a maior empresa de “franchising” imobiliário do Mundo, vai operar nos segmentos, residencial e comercial.
Atualmente na sua operação à escala global, a Coldwell Banker conta com 3.100 agências imobiliárias e 85.000 profissionais imobiliários. Nestes últimos quatro meses de participação no mercado imobiliário brasileiro, tenho partilhado experiências e informação com profissionais imobiliários altamente motivados, confiantes e ávidos de “saber fazer”.

Têm sido boas confirmações, que novos ventos continuam soprando no mercado imobiliário brasileiro e são de feição à navegação. Do lado de lá vamos tendo notícias de algumas “brisas”. Anunciado em Fevereiro, arrancou finalmente o F.I.I.A.H. (Fundo de Investimento Imobiliário para Arrendamento Habitacional) gerido pela NORFIN que irá disponibilizar 1.000 “fogos” atualmente detidos pela banca, para o mercado social de arrendamento.

Esta medida vai ao encontro de crescentes necessidades de jovens casais e de novos “pobres” oriundos da classe média, que não tendo capacidade de adquirir “casa própria” ou de arrendar no mercado livre, não reúnem condições para aceder ao arrendamento social. Estima-se que os beneficiários deste programa de arrendamento, possam usufruir de um desconto de 30% em relação aos preços praticados no mercado livre. Tal como referimos em anteriores artigos aqui publicados, não é do interesse coletivo nem da banca, que esta vá acumulando “stock” imobiliário que não está vocacionada para gerir e que ao degradar-se se vai desvalorizando.

Como sempre defendemos, as autarquias deverão ter um importante papel a desempenhar na triagem das famílias candidatas ao mercado social de arrendamento e no diagnóstico das carências habitacionais dos seus munícipes. Num mesmo sentido positivo, a S.C.M.L. (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa) anunciou um programa de reabilitação de parte do seu património imobiliário que carece de obras mais profundas. Numa primeira fase serão 17 imóveis que se irão traduzir em 98 “fogos” habitacionais e 28 frações para comércio e serviços, a disponibilizar no mercado de arrendamento.

Se particularmente focados nos centros históricos, programas de reabilitação como este, poderão contribuir para o rejuvenescimento das cidades e a reanimação da atividade da fileira da construção e do imobiliário que vive momentos dramáticos. Sendo escassas para as atuais necessidades habitacionais e de reabilitação, são medidas positivas que vão no bom sentido. No sentido totalmente oposto, vão recentes declarações de Faria de Oliveira, presidente da A.P.B. (Associação Portuguesa de Bancos), numa tentativa de que seja travada a legislação de novas regras do Crédito à Habitação, em discussão na Assembleia da República. Vem propor este representante da banca nacional, a auto - regulação, através da criação de um código de boas práticas ainda que com algum enquadramento legal.

Sabemos ao que conduziu a desregulamentação dos mercados financeiros à escala global, conhecemos as práticas abusivas de posição dominante praticadas pela banca em relação aos seus clientes, sabemos que uma supervisão “faz-de-conta” tornou possível o “escândalo” BPN, conhecemos as consequências dos negócios de conveniência que a banca efetuou nos últimos anos com empresas públicas, parcerias púbico – privadas e “jogadores de casino”. Esperemos que os partidos do arco da governabilidade e os deputados eleitos na Assembleia da República, não desperdicem esta oportunidade única de se redimirem perante os portugueses.
Comentário
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Data: 19/4/2024
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