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Francisco Grácio, Administrador da PortugalRur

Os estrangeiros e o imobiliário fora dos grandes centros

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O mesmo é dizer 18% das 7300 operações realizadas neste período - cerca de uma em cada cinco casas vendidas nos bairros mais antigos do centro de Lisboa - foi parar a mãos de estrangeiros.
Já aqui havíamos falado, em diversos artigos de opinião, dos sinais positivos que o mercado imobiliário, de forma generalizada, está a dar um pouco por todo o país.

Aludimos ao crescimento do turismo em espaço rural, facilitado pela mediação imobiliária especializada neste segmento de mercado, ao aparecimento do grande Porto como alternativa a Lisboa para investidores, mas também de outros sinais sentidos de norte a sul, e que não apenas em Lisboa, em que o imobiliário se afirma como solução de investimento seguro, dada a valorização generalizada das casas por todo o país.

Recentemente, segundo dados da Confidencial Imobiliário, 343 mil euros foi o preço médio que cada estrangeiro pagou por casas que compraram no centro de Lisboa no último ano e meio. Período em que cerca de uma em cada cinco casas vendidas nos bairros mais antigos do centro de Lisboa foi parar a mãos de estrangeiros. O mesmo é dizer 18% das 7300 operações realizadas neste período.

E onde é que estes dados (afirmação do imobiliário fora de Lisboa e o valor médio de aquisição na capita) se cruzam? Aparentemente, em nada. Mas, na verdade, têm uma ligação muito direta.

Quando conjugados, e fruto da nossa experiência de mercado, constatamos que até mesmo os estrangeiros começam a procurar casa fora do centro de Lisboa. Não apenas os que têm apetência pela quietude do interior do país, não os que procuram herdades com cortiça, vinha ou olival, não os que pretendem investir no turismo e procuram palacetes ou quintas brasonadas, não os que não dispensam a proximidade do mar, mas outros. E quem são esses outros?

São todos aqueles que não se pretendem sujeitar ao escalar de preços no centro da capital, cada vez mais na moda e procurada por quem vem de fora. Procuram casas fora do borbulhar da capital, mas a minutos de tudo quanto de melhor Lisboa tem para oferecer.

O eixo Estoril, Cascais, Sintra, os concelhos orientais de Lisboa e margem sul, começam assim a estar na mira de investidores e mesmo residentes estrangeiros.

Mas não se trata de um fenómeno somente lisboeta. O Porto sente também esse aumento do valor do imobiliário. O índice de preços para casas no centro histórico aumentou dos 175,7 para 198 pontos (+13%) no primeiro semestre. Cada vez mais empresas estão a instalar centros tecnológicos na cidade e pressionam o imobiliário.

Voltando a Lisboa, para travar a escalada de preços, a Câmara Municipal assinou com Barcelona e Nova Iorque, uma carta conjunta em que as três cidades defendem mais poder para regular preços da habitação. Solução curiosa, já experimentada noutras paragens, e tema a que voltaremos num próximo artigo de opinião.
Comentário
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Data: 19/4/2024
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