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Portugueses sonham comprar casa

Portugueses sonham comprar casa

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Três quartos dos portugueses vivem em casa própria e, apesar da atual crise no setor imobiliário, a maioria dos que arrendam afirma que, se pudesse, também compraria
Três quartos dos portugueses vivem em casa própria e, apesar da atual crise no setor imobiliário, a maioria dos que arrendam afirma que, se pudesse, também compraria.

O valor de mercado dos imóveis tem diminuído nos últimos anos. Segundo as Estatísticas da Construção e Habitação 2011, do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor médio dos imóveis transacionados no ano passado decresceu 20% face a 2010.

Contudo, comprar (e, como consequência, vender) casa é, nos dias que correm, um objetivo difícil de alcançar, devido às restrições na concessão de empréstimos e ao valor elevado dos spreads (margem financeira no crédito) que os bancos praticam. De acordo com a mesma publicação do INE, em 2011, realizaram-se menos de metade dos contratos com hipoteca do que no ano anterior, enquanto a venda de casas diminuiu 20 por cento.

O inquérito da Dinheiro & Direitos a 3213 portugueses revela que quase três quartos vivem em casa própria, números confirmados pelos dados provisórios dos Censos 2011. Apesar de os proprietários de imóveis terem encargos elevados, da minoria dos inquiridos que vive em casa arrendada, mais de dois terços só não compram porque não podem.

Crédito era mais barato
Quase dois terços dos inquiridos que moram em casa arrendada pagam menos de 300 euros por mês e apenas um número residual despende mais de 500 euros mensais. Ainda assim, para cerca de um terço dos inquiridos, a renda representa mais de 30% do seu orçamento mensal. Não deixa de ser preocupante que 5% tenham revelado gastar mais de 75% do seu rendimento com este encargo fixo.

No caso dos inquiridos que estão a pagar um empréstimo, o spread é de 0,85%, em média. A esta situação não será alheio o facto de a maioria ter comprado a sua casa há mais de 5 anos, altura em que os bancos praticavam margens baixas e facilmente negociáveis, através de contrapartidas como a domiciliação de ordenado e subscrição de serviços (seguros, cartões de crédito, etc.). No último estudo sobre crédito à habitação (edição n.º 112, de julho de 2012), a Dinheiro & Direitos concluiu que, em menos de 4 anos, este produto deixou de interessar aos bancos. Em janeiro de 2012, o spread médio praticado era de 5,26 por cento. Por isso, se não quiser sujeitar-se às regras gravosas que o mercado impõe, aconselhamos a adiar a compra de casa.

Negócio de meses
Os inquiridos que compraram casa demoraram, em média, 6 meses para assinar a escritura desde que viram o imóvel pela primeira vez. Para encontrarem a sua casa de sonho, visitaram entre 5 e 6 habitações. Mas se só tivermos em conta os inquiridos que compraram casa há menos de 10 anos, a média aumenta para 7 a 8 habitações. Um indício de que os consumidores estão a ficar mais exigentes... ou de que a oferta é maior. Quem vendeu um imóvel nos últimos 10 anos demorou mais de 7 meses a consegui-lo, tendo mostrado a propriedade a 4 ou 5 potenciais compradores. Curiosamente, para quem vendeu a casa sozinho, sem recorrer a uma agência imobiliária, o negócio foi mais rápido.

Na compra e venda de um imóvel, as partes envolvidas devem agir de boa-fé, o que implica que todas as informações importantes têm de ser transmitidas durante o processo. No nosso inquérito, pouco mais de um décimo dos inquiridos que compraram casa afirmou ter-lhe sido omitida informação importante. A maior razão de queixa prende-se com o facto de terem sido "escondidos" defeitos não visíveis na habitação e inconformidades nas instalações de água, gás ou eletricidade. Mais grave, alguns consumidores indicaram que não lhes foi dito, por exemplo, que a casa estava hipotecada ou penhorada, o que pode implicar "dores de cabeça" para os potenciais compradores. Para evitar problemas, convém ter alguns cuidados antes de se assinar o contrato promessa de compra e venda (ver D&D Aconselha, na página seguinte).

Imobiliárias crescem
Cerca de um terço dos inquiridos comprou a sua casa diretamente ao proprietário, seguindo-se a compra ao vendedor ou construtor (29%) e através de uma imobiliária (26 por cento). Contudo, se tivermos em consideração apenas os inquiridos que compraram casa há menos de 10 anos, verificamos que as imobiliárias conquistaram clientes (40 por cento).

O arrendamento é, em regra, um negócio conduzido pelas partes interessadas. No nosso inquérito, apenas um décimo dos arrendamentos foi feito com recurso à mediação de uma agência imobiliária.

Os serviços mais prestados pelas imobiliárias consistem em mostrar a casa e ajudar nas questões burocráticas, como os contratos, os registos, a escritura, etc. No caso da compra e do arrendamento, a agência também funciona, muitas vezes, como intermediária na negociação do valor do negócio entre as partes. A ajuda na obtenção de crédito à habitação para quem quer comprar, e a divulgação da casa em vários canais (Internet, jornais, folhetos, etc.) são igualmente serviços habituais dos mediadores.

Pela porta do cavalo
No geral, os inquiridos manifestaram-se satisfeitos com a atuação das agências imobiliárias e muitos afirmaram que recorreriam à mesma empresa caso voltasse a ser necessário. O serviço que mais lhes agradou foi o apoio na preparação dos contratos.

Na opinião dos compradores, a publicidade à casa foi o aspeto menos bem-sucedido das imobiliárias, enquanto os arrendatários avaliaram negativamente as questões relacionadas com a documentação sobre o imóvel. A quem vendeu, o que menos agradou foi o custo do serviço.

Quando as imobiliárias exigem o exclusivo da venda dos imóveis, os proprietários não podem vender a casa particularmente ou através de outras empresas. Caso tal aconteça, a agência com a qual assinaram o contrato de exclusividade poderá exigir o pagamento da comissão que lhe seria devida se tivesse mediado o negócio. Cerca de um terço dos inquiridos entregou o exclusivo da venda da casa a uma imobiliária durante um certo período de tempo.

Quase um terço dos inquiridos que venderam a sua casa através de uma agência imobiliária não recebeu fatura pelo pagamento dos serviços. É sempre do interesse do consumidor pedi-la, uma vez que, se vender o imóvel, poderá deduzir esta despesa na declaração de IRS, para efeito de cálculo de mais-valias.

Além disso, ao obrigar a agência a emitir fatura, está a ajudar o Estado a combater a economia paralela e a evasão fiscal.

Mudar para melhor
A maioria dos inquiridos vive num apartamento. Em média, as habitações têm cerca de 145 m2 e quase dois terços foram construídas há mais de 10 anos. Poucos inquiridos revelaram estar insatisfeitos com a casa e/ou o local onde vivem. Ainda assim, quase metade admitiu que gostaria de mudar. Os consumidores ambicionam, sobretudo, uma casa melhor, maior, mais nova ou com mais equipamentos, como piscina, jardins ou estacionamento.
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Data: 12/5/2024
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