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Estrangeiros a comprar casa em Portugal em queda

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Estrangeiros a comprar casa em Portugal caíram para 4,9% das transações no 2.º trimestre, atingindo o valor mais baixo desde 2021.
Os estrangeiros a comprar casa em Portugal registaram no segundo trimestre de 2025 a percentagem mais baixa desde 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre abril e junho, compradores com domicílio fiscal fora do país adquiriram apenas 2.107 alojamentos, representando 4,9% do total de imóveis transacionados. Essa descida confirma a tendência de arrefecimento da procura externa que se vem observando nos últimos trimestres.

Queda consecutiva no investimento estrangeiro

O peso dos estrangeiros a comprar casa em Portugal registou quatro trimestres consecutivos de queda. No segundo trimestre de 2024, estes negócios representavam 6,6% do total, caindo para 5,1% no início de 2025 e descendo agora para 4,9%. Esta diminuição mostra que a relevância dos investidores internacionais está a perder força no panorama habitacional português, mesmo quando o volume global de transações no país está a aumentar.

Paralelamente, nota-se um reforço da procura interna. Entre abril e junho de 2025, os compradores residentes em Portugal aumentaram 17,7% no número de transações, atingindo 40.782 vendas no período em análise. O dinamismo do mercado doméstico contrasta com o abrandamento da presença internacional, alterando o equilíbrio que se verificava na última década.

Principais origens dos compradores estrangeiros

Os estrangeiros a comprar casa em Portugal são maioritariamente originários da União Europeia (UE). No segundo trimestre, representaram 1.112 transações, o que equivale a 2,6% do total. Já os cidadãos provenientes de países terceiros concretizaram 995 negócios, correspondendo a 2,3% das vendas. Esta divisão confirma que o peso relativo entre as diferentes origens se mantém estável, embora em números absolutos se verifique uma redução acentuada na procura.

O valor atual coloca o peso do investimento externo em níveis próximos dos de 2021, quando havia ficado em 4,1%. Trata-se, portanto, de uma inversão de tendência, uma vez que, entre 2016 e 2020, a procura estrangeira tinha contribuído fortemente para dinamizar o mercado imobiliário português.

Evolução do mercado imobiliário nacional

Apesar da diminuição no número de estrangeiros a comprar casa em Portugal, o mercado global mostra sinais positivos. No segundo trimestre de 2025, transacionaram-se 42.889 habitações em todo o país, representando um aumento de 15,5% em comparação com o ano anterior. Em cadeia, registou-se ainda um crescimento de 3,7%.

Em termos de valor, essas transações corresponderam a 10.270 milhões de euros, refletindo um aumento expressivo de 30,4% face ao mesmo período de 2024. Este crescimento mostra que, embora a procura internacional esteja em queda, o mercado continua atrativo e dinâmico devido ao forte contributo da procura interna.

Regiões mais ativas

Os dados do INE revelam que o Norte foi a região líder em número de transações, somando 12.955 vendas, ou 30,2% do total nacional. A Grande Lisboa permanece numa posição de destaque com 8.189 transações, representando 19,1% das vendas do país. A Península de Setúbal também registou uma evolução positiva, concentrando 9,6% das vendas de habitações, totalizando 4.096 negócios.

Estas três regiões são atualmente as mais dinâmicas no panorama habitacional, revelando que a procura interna consolida cada vez mais o seu papel como motor de crescimento, ao passo que a procura estrangeira perde protagonismo em termos percentuais.

Razões para a queda da procura estrangeira

A redução no número de estrangeiros a comprar casa em Portugal pode ser explicada por diversos fatores:
  • Alterações aos programas de captação de investimento, como os vistos gold, que já não têm o mesmo peso de outros anos.
  • A escalada dos preços da habitação em zonas como Lisboa, Porto e Algarve, que reduziu a competitividade de Portugal no mercado internacional.
  • Contexto macroeconómico marcado por fraco crescimento europeu e inflação instável, levando investidores a adotar posturas mais cautelosas.
  • O fim anunciado de benefícios fiscais a residentes não habituais, que anteriormente atraíam grande procura estrangeira.

Impactos no mercado habitacional

A menor procura de estrangeiros a comprar casa em Portugal pode mitigar a pressão sobre preços em certas regiões de elevada procura, mas esse efeito poderá ser limitado devido ao aumento da procura interna. Se, por um lado, setores ligados ao luxo e à mediação internacional podem sentir retração, por outro, o fortalecimento da procura nacional garante a vitalidade do mercado residencial.

Além disso, esta mudança poderá favorecer uma maior estabilização dos preços, beneficiando compradores portugueses que há muito se debatiam com dificuldades para competir com o poder de compra de investidores internacionais.

Os dados mais recentes confirmam a tendência de diminuição no número de estrangeiros a comprar casa em Portugal, que atingiu em 2025 o mínimo desde 2021. O mercado imobiliário nacional, porém, mantém-se em crescimento graças à procura interna, que assume maior relevância no equilíbrio do setor. Essa mudança obriga promotores e mediadores a adaptarem estratégias, centrando-se cada vez mais nos compradores portugueses e diversificando alternativas para captar investimento estrangeiro de perfil diferente.
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Date: 10/10/2025
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