
Estudantes deslocados enfrentam custos acrescidos
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Quem muda de cidade para estudar paga em média 200€ a mais por mês para frequentar o ensino superior, principalmente em alojamento.
Um estudo da Universidade Nova de Lisboa indica que os estudantes deslocados têm, em média, 200 euros a mais de despesas mensais para frequentar o ensino superior face aos colegas que estudam na sua cidade. O alojamento é a principal despesa, seguido de transporte e alimentação, aumentando significativamente o orçamento necessário para prosseguir os estudos.
A pesquisa, solicitada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, analisou os custos médios mensais da frequência do ensino superior, considerando diferenças entre regiões e cidades. Em Lisboa, por exemplo, o arrendamento de um quarto ultrapassa 370 euros mensais, tornando a deslocação para estudar muito mais onerosa do que permanecer na cidade de origem.
Comparando estudantes deslocados e não deslocados na capital, sem contar com propinas, a diferença chega a 349 euros mensais. Um estudante deslocado paga quase 500 euros por mês em alojamento, alimentação, transporte e outras despesas, enquanto um estudante residente local gasta menos de 150 euros. Esta tendência verifica-se igualmente na Área Metropolitana do Porto e noutras regiões do país.
O estudo sublinha que o alojamento representa o principal desafio para estudantes deslocados. Muitos encontram dificuldade em obter contratos formais de arrendamento, levando alguns a viver em residências sem contrato ou com condições precárias. Esta situação não só aumenta os custos, como também compromete a estabilidade e segurança do estudante.
As diferenças regionais têm impacto direto no orçamento estudantil. Nas ilhas, a disparidade é menor, mas ainda significativa. O relatório recomenda que o valor das bolsas de ação social seja ajustado ao custo de vida regional, permitindo que todos os estudantes tenham igualdade de oportunidades.
Para o ano letivo 2025/2026, prevê-se alargar o apoio ao alojamento a todos os estudantes deslocados com rendimentos familiares baixos, incluindo um complemento mensal que cubra o valor real do alojamento, comprovado por recibo ou transferência bancária. Esta medida pretende garantir transparência e cobertura efetiva das despesas.
O estudo servirá como base para o novo Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, que entrará em vigor em 2026/2027. Espera-se que estas alterações reduzam a desigualdade entre estudantes que permanecem na sua cidade e aqueles que precisam deslocar-se, assegurando que todos possam frequentar o ensino superior sem limitações financeiras.
Em comparação com outros países europeus, Portugal é o único que inclui o valor das propinas no cálculo das bolsas de ação social. Em Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido, os apoios são tratados separadamente. Alguns destes países isentam estudantes bolseiros do pagamento de propinas ou oferecem apoio adicional para alojamento e alimentação, reduzindo o impacto financeiro da frequência do ensino superior.
O estudo mostra que frequentar o ensino superior acarreta custos significativos para estudantes deslocados, sobretudo devido ao alojamento. As novas políticas de apoio visam reduzir estas desigualdades, garantindo que a mobilidade estudantil não seja limitada por fatores económicos e que o acesso ao ensino superior seja mais justo e acessível para todos, independentemente da cidade de residência.
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